As flores estavam murchas em mim.
Por mais sol que eu lhes proporcionasse, por mais água que oferecesse, a minha terra era infértil, pútrida e cheirava a mofo.
Os ramos já brotavam secos, retorcidos.
Encolhiam-se para não ouvir o vento zombeteiro, que gargalhava ao tombar as pétalas judiadas.
Do caule espinhento, a ceiva ácida percorria a linha das folhas, ocando, corroendo...
Era como olhar para a paisagem de um grande incêndio.
Já não havia nada que pudesse ser salvo pelas lamúrias da chuva.
No fim, as flores sempre estariam murchas, e a fantasmagórica gargalhada do vento lhe acompanharia por toda a eternidade.
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