Desenrola

Sinto falta de sentir algo.

Sinto-me incompleta, com coisas faltando, embora cheia demais.

Toda a carga emocional e física pesando meus instintos. A vontade de ir a algum lugar que eu jamais soube onde fica, mas eu sabia que estava perdido em mim. 

A tristeza, companheira, agora mais quieta, mais branda, embora não menos arrebatadora. Seus gritos se resumem a sussurros, burburinhos incômodos, monólogos chatos da minha mente.

Quando eu escrevo, já não saem as letras. Nos traços dos desenhos, as linhas se perdem. Nas minhas pequenas fugas, acabo virando prisioneira.

Tudo transborda assim, confuso, estranho. E fica vagando por aí, como bolhas ao vento. Como eu.