25 de fev. de 2016

Neblina

Não tinha sentimento, não tinha coração. Nem espaço, ponto, interrogação.
Tinha apenas eu, um amontado de coisas, um monte de tralhas velhas no peito enchendo de poeira de tédio.
Continuar, recomeçar, reerguer, juntar.
Cansar, chorar, cortar, quebrar.
A neblina que pesa nos olhos, sobrecarrega a mente e endurece de frio os nós dos dedos e do pensamento.
Sem nada para oferecer, sem muito o que buscar.
Sem lugar pra se esconder, sem nada de interessante pra revelar.
Coisa triste é quando o sorriso do rosto não casa com o sorriso da alma.
Quando as palavras já não se juntam com tua boca.
Quando os braços já não fazem parte dos braços.
Tudo fica vazio, imenso, profundo.
Neblina para todos os cantos em mim.

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